Sob a luz
Tenho cultivado um jardim
de mágoas e ressentimentos.
São muitas as flores,
mas tristes, sem viço.
Não atraem pássaros,
raios de sol, ventos amenos,
só amargura, vitimação,
sombria solitude.
É hora de mudar,
de plantar otimismos.
Tenho cultivado um jardim
de mágoas e ressentimentos.
São muitas as flores,
mas tristes, sem viço.
Não atraem pássaros,
raios de sol, ventos amenos,
só amargura, vitimação,
sombria solitude.
É hora de mudar,
de plantar otimismos.
Quando foi que desaprendi
de chorar, que as lágrimas
não secaram ou congelaram
mas ficaram contidas
uma lembrança úmida
empoçada em caminhos internos.
E se não choro
minh’alma doída
não encontra vazão para o sofrer
resta, então, ao sentimento
assim retido, aprisionado, torturado
fluir e fluir e continuar fluindo
pelas águas subterrâneas.