ALGUÉM, NINGUÉM
O que seria de mim
se não existisse
o outro?
Um náufrago solitário,
à procura de um “Sexta-Feira”,
pois é para o outro
que falo,
é no outro
que me reflito,
e me descubro,
é por causa do outro
que me expando
e me limito,
e é com o outro
que aprendo
a amar,
que meus interesses
ganham sentido,
meus projetos,
consistência,
meus pensamentos
e sentimentos,
um rumo
de bumerangue.
Pelo outro
eu avanço,
eu me aprimoro,
eu me desafio.
Sem o outro,
por falta de ressonância,
eu seria alguém
que nunca se realiza.