Apesar dos muitos erros,
os acertos prevaleceram.
Apesar dos muitos erros,
os acertos prevaleceram.
São Paulo, 13 de abril de 2020
Por Jorge Jubrail
Confinados e livres
De repente, todos confinados. Uma ironia porque, presos em nossas casas, estamos tendo a possibilidade de nos libertar, de repensar nossas vidas para quebrar velhos paradigmas, criados há décadas, talvez séculos, que regram nosso pensar e nossas atitudes, conforme as necessidades dos sistemas criados por nós mesmos.
Confinados, estamos podendo nos reconhecer e abandonar a personificação em que muitas vezes nos transformamos para sermos aceitos na escola, no trabalho ou em qualquer círculo social que exija algum padrão de comportamento. Estamos tendo a oportunidade de buscar no nosso íntimo a consciência de indivíduo ímpar e de reacender a centelha divina que nos une aos demais irmãos e ao Universo.
Definitivamente, estamos saindo da autoestrada criada pelo sistema e pegando uma rota alternativa só nossa, em que poderemos apreciar as flores, ouvir o canto dos pássaros e sentir toda a energia do Universo. Claro que estamos vivendo sob o medo de um vírus invisível e muito real, mas precisamos ter coragem para enfrentar o problema, sem pânico. Coragem não é a ausência do medo, é o controle dele, é dominar o que tememos para seguir a vida de forma natural, ainda que em tempos de adversidades.
Nada será como antes. Doravante, mais conscientes do que somos e de nossa missão, seremos mais fraternos e solidários; estamos aqui para isso, não apenas para acumular posses e poder. Estamos de passagem na Terra para aprender e trocar experiências. Ainda que distantes, aproveitemos a oportunidade para nos aproximar das pessoas queridas, seja pelas redes sociais, telefonemas, mensagens eletrônicas e sinal de fumaça; façamos a nossa parte.
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Maringá, 4 de abril de 2020
Por Cris Schneider
Agora, já são 16 dias…
Os dias de isolamento social têm ficado mais demorados e as atividades, perdido seu poder de distrair. O emocional das pessoas, e me incluo entre elas, tem demonstrado níveis de tolerância muito baixos e as orientações de isolamento já não são mais respeitadas como no início.
A mídia segue informando; as fake news seguem aterrorizando. As notícias políticas e econômicas só nos trazem mais espanto e preocupação. E em meio a esse turbilhão, vi pessoas alheias a tudo, olhando apenas para um aspecto – o retorno ao trabalho.
Parece que a volta ao trabalho está se tornando a salvação. Vejo a dificuldade das pessoas na convivência consigo mesmas; a dificuldade de passar dias inteiros com a família e, neste início de abril, a dificuldade de enfrentar as contas, que vêm chegando com sua pressão de rolo compressor.
Entendo a necessidade do retorno ao trabalho, mas questiono as razões. Será que nos demos conta de que nada será como antes? E a causa do aumento dos conflitos é o isolamento ou a falta de estrutura emocional das pessoas? As pessoas se preparam para lidar com crises, qualquer tipo de crise? É mais fácil negar do que enfrentar a realidade?
Quantas perguntas ainda sem resposta. Consolo-me porque sei que é só um período e vai passar. Melhor em casa do que num leito de hospital. Melhor em casa com contas atrasadas do que perder a vida para a impaciência, para a ausência de autocontrole e para a falta de inteligência emocional.
Entendo e tenho a necessidade de sair; fiz caminhadas para pegar sol; fui ao mercado; senti falta de conversar com as pessoas, de sentir o calor delas e não apenas de ficar aflita porque o sinal de internet está travando ou não.
Me pego olhando pela janela e pensando: será que quando saí para o mercado fui contaminada? Será que as frutas, verduras e própolis têm sido suficientes para ajudar minha imunidade? O pensamento vai longe…
Todo este tempo comigo mesma me mostrou que abandonei pelo caminho muitas coisas sobre mim: leituras de romances, bordados (sim, eu já bordei), pessoas e memórias. Me dei conta de que estava presa à loucura da vida e, diante do risco desta vida, meu único compromisso agora é me manter serena, positiva; manter meu bem-estar físico e emocional.
Sobre o isolamento: mais um dia, menos um dia.
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Rolândia, 4 de abril de 2020
Por Vinícius Furtado
Egoísmo ou companheirismo?
Com a pandemia provocada pelo novo coronavírus aconteceu algo incrível. O mundo parou! Comércio, indústria, escolas e faculdades, tudo parado. Nesse cenário tão estranho e assustador, acreditava que as pessoas, as famílias se uniriam mais. Cada um olharia para o seu interior, reveria suas ações e meditaria sobre como é possível melhorar. Imaginava que surgiria também, naturalmente, a preocupação com o próximo, a empatia.
Contudo, quando fui ao mercado fazer a compra do mês, me deparei com uma situação que não imaginaria na condição atual: pessoas brigando por álcool em gel, sendo que algumas já estavam com sete frascos no carrinho e outras, sem nenhum. A mesma coisa aconteceu quando fui comprar algumas máscaras cirúrgicas e luvas descartáveis.
Quando cheguei em casa, comecei a refletir sobre o que havia acontecido no mercado. Concluí que o povo está em pânico, com medo. Será que essa emoção está sobressaindo em detrimento da razão?
Todos os dias, no entanto, fico sabendo de ações solidárias, como doações aos mais necessitados e ajuda de voluntários…. Isso acaba por reacender minha esperança. Quem sabe, a amizade e o companheirismo possam vencer o egoísmo nesta guerra silenciosa que estamos vivendo e o mundo melhore, afinal!
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Rolândia, 2 de abril de 2020
Por Rafaela Furtado
Pausa para pensar
Desde que esse confinamento começou, tenho acordado perto da hora do almoço, pois tinha necessidade de colocar as horas atrasadas de sono em dia. Hoje, no entanto, resolvi levantar mais cedo e, às seis horas, já estava de pé.
Fui para a cozinha fazer o café e vi que minha cachorra ainda dormia. Depois de alguns segundos apaixonada por essa cena, reparei no jeito que ela estava: sua respiração era calma e aparentava uma tranquilidade que nunca pensei que esta pequena criaturinha imperativa fosse capaz de trazer.
Essa cena me fez pensar. Faz quatro anos que ela está comigo e nunca tinha visto o jeito como dorme. Pode ser por conta da correria típica das minhas manhãs ou do sono que geralmente tenho nessa hora; mesmo assim, acho que isso não é desculpa.
Enquanto tomava meu café, ouvi um passarinho cantando lindamente e pensei comigo mesma que há muito tempo não ouvia um; eles devem estar sempre presentes na minha vida… Contudo, a correria do dia a dia e as preocupações têm me impedido de reparar em um som tão agradável.
Comecei a refletir, então, sobre quantas outras coisas devo perder durante o meu dia… Se dentro de casa, sem poder sair, pude observar algumas; com certeza, se eu começar a reparar mais, vou descobrir muitas outras. Imagine o que passa despercebido de nosso olhar em um dia comum, em que as pessoas trabalham a todo vapor!
Quando descobri que passaríamos por esse confinamento, pensei que chegaria perto da loucura, pois não sou muito de ficar em casa. Porém, por mais incrível que pareça, está me fazendo bem refletir sobre o que estou vivendo, para perceber quanto eu não estava aproveitando ao parar um pouco para ver as coisas belas do dia. Eu era como um robô que, se não estava no trabalho, ficava pensando nele.
Se todos que estão presos em suas casas começarem a descobrir o outro lado da vida, reservando parte do seu tempo para a família e para os amigos, tenho certeza de que o mundo pode sim ser um lugar melhor e mais alegre para se viver.
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Londrina, 31 de março de 2020
Por Berenice Setti Rosa
A angústia da solidão
Eta palavrinha difícil! Até achava que fazia ideia do que significava, mas não, com certeza não sabia, não tinha absolutamente nenhuma ideia.
Aos poucos, fui descobrindo que confinamento é você se deparar consigo mesmo; é encarar suas dificuldades, e facilidades; é confrontar as inesperadas atribulações da vida. Hoje em dia, com a tecnologia mostrando tudo de forma on-line, o confinamento torna-se ainda mais estranho. Você se sente sem noção, como se não estivesse vivendo neste planeta, como se não pertencesse mais à sociedade… Você se sente excluído, você se sente isolado, você se sente só, mesmo estando no meio de uma multidão.
Por mais entendimento que se tenha para concordar que é uma situação necessária, dá vontade de falar um palavrão e dizer chega, não quero mais. Mas aí você para e pensa e fala: tá bom, precisa, então vou ficar quieta dentro da minha casa!
Não é fácil, mas sinto que de tudo isso algo bom está surgindo; as pessoas estão mais solidárias, estão enxergando que o próximo existe e isso pode significar um recomeço. Compelidos à solidão, percebemos a importância de estar juntos e de apoiar uns aos outros.
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Londrina, 30 de março de 2020
Por Cristina Consalter
Mais um dia…
Hoje, acordei com vontade de sair na rua; de ir para a academia do meu prédio e de me encontrar com as pessoas, mas meu livre-arbítrio me diz que ainda não devo fazer isso. Então, me contento em olhar para o céu e para os carros que transitam pela avenida. Ouço o canto dos pássaros e a música da minha rádio preferida. Tenho consciência da oportunidade de viver, mesmo sendo nos limites das minhas escolhas e possibilidades…
Tenho uma agenda on-line apertada no decorrer da semana e espero contribuir e aprender com as pessoas que se conectarem comigo. Há vida lá fora, há vida em mim; os sonhos, os desejos e a fé são parceiros leais.
Assim, não me sinto presa, o verdadeiro cárcere é mental, porque empobrece a nossa alma! Sinto-me viva e ativa, mas ficarei muito melhor se você, que está lendo esta mensagem, fizer a sua parte! Tudo isso vai passar e como você passará por essa experiência? Mantenha um propósito de vida, conecte-se com o seu melhor!
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Maringá, 28 de março de 2020
Por: Amanda Serra Prata
Sem surtar na quarentena
Venho escrever sobre confinamento pelo ângulo do desespero, pois acredito que, assim como eu, muitas pessoas também se desesperam nesta quarentena. É um desespero mental quando pensamos em como as coisas serão daqui para a frente ou em como seguir com essa vida de confinamento sem surtar, continuando com a faculdade EAD, terapia on-line, cuidando da alimentação e fazendo exercício físico.
Pensamos com desespero que temos de manter tudo como era antes desse período de reclusão, sem perceber que não precisa ser assim. Estamos vivendo um momento atípico, em que o mundo todo está funcionando de forma diferente. Então, porque é que você tem de agir no automático, como se nada tivesse mudado? A questão é: não tem de agir no automático. Está tudo bem não conseguir fazer exercício físico todo dia ou não fazer vários cursos on-line, ou não cuidar perfeitamente da alimentação.
Neste momento, é importante tentar cuidar de você, da sua saúde mental, fazendo também coisas das quais você goste, que lhe deem prazer. Temos prazos, contas a pagar e, alguns, até filhos para cuidar, mas é valioso se lembrar de que está tudo bem não ser cem por cento produtivo nesse período. Está tudo bem olhar para si e cuidar do que quer que esteja aí dentro. Vamos nos lembrar disso.
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