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Alerta máximo para cuidado com dados pessoais

Dados pessoais 3

Não bastassem os flagelos do coronavírus, das ações e omissões do governo Bolsonaro e das “carteiradas” até em fila de vacina,  outra calamidade, de proporções ainda não dimensionadas, ameaça os brasileiros. Trata-se do maior vazamento de dados pessoais da história do país e que já se inclui entre os maiores registrados no mundo até agora.  A abrangência foi de 100% da população brasileira e os dados obtidos por aproveitadores, a partir desse megavazamento, já se encontram à venda na deep web,  a parte “profunda” da internet, aquela que não é registrada por indexadores como Google ou Bing. Parece fake news, mas, infelizmente, não é.

Descoberto pelo sistema de segurança da startup brasileira PSafe, em 19 de janeiro deste ano, o vazamento tornou públicos 223 milhões de CPFs, inclusive de pessoas já falecidas, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos entre 2008 e 2020,  associados a outras informações como conta bancária, escolaridade, título de eleitor, Imposto de Renda e até biometria facial. Especialistas alertam para o alto risco de utilização indevida desses dados.

A iniciativa de exigir um posicionamento oficial sobre o ocorrido coube à Ordem dos Advogados do Brasil. No dia 28 de janeiro, a entidade enviou ofício à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) – órgão encarregado de administrar e fiscalizar o cumprimento da  Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais no país -, pedindo medidas imediatas para apuração do ocorrido. Para a Ordem, o vazamento “submete praticamente toda a população brasileira a um cenário de grave risco pessoal e irreparável violação à privacidade e precisa ser investigado a fundo pelas autoridades competentes”, em particular a ANPD.

Assim, mais uma vez, sobra para o cidadão. Diante da falta de opções de proteção e defesa, devemos ser bem atentos e críticos em relação à nossa comunicação virtual. Quando se trata de ataques cibernéticos, dizem os especialistas, a principal medida é, em termos gerais, fortalecer os sistemas de segurança das organizações, empresas e instituições, e, no particular, estimular o indivíduo a ter discernimento para diferenciar o que é fraude do que é verdadeiro.

É preciso que as pessoas participem dos processos de proteção, ficando atentas a todo tipo de mensagem de terceiros, seja por e-mail, celular (sms) ou redes sociais. O golpe geralmente chega para o usuário em forma de um link malicioso, enviado por meio de um desses canais, trazendo mensagens que assustam, que pedem urgência em alguma tratativa, geralmente comercial ou bancária (atualização ou confirmação de dados, por exemplo); promessas de prêmios; ameaças de divulgação de vídeos ou segredos comprometedores etc.

Já recebi várias dessas mensagens assustadoras, mais frequentemente por e-mail. A última aparentava ser de um banco onde tenho conta, pedindo urgência na atualização de minha assinatura eletrônica, que iria expirar em breve. Dizia que tal procedimento era obrigatório e se não o fizesse em 24 horas não conseguiria mais movimentar minha conta e teria de ir à agência para regularizar a situação.

Ao ler isso e imaginar as dificuldades decorrentes, o primeiro impulso é clicar no retângulo laranja, logo abaixo da mensagem, em que está escrito “atualizar assinatura”. Mas muito melhor, sem dúvida, é controlar esse impulso e dar uma olhada cuidadosa na mensagem, em especial no e-mail do remetente. Para isso, basta clicar em “Ver mais detalhes”, no cabeçalho do e-mail, para aparecer o “De” e o “Para” de encaminhamento da mensagem. Descobre-se, então, que o endereço de e-mail do remetente é totalmente falso, não tem nada a ver com o banco em questão. Assim, lixeira nele!

No meio digital, todo cuidado é pouco. E agora, com o megavazamento, devemos ficar em alerta máximo. A melhor dica é: não ceda ao impulso do pânico e da urgência para dar uma resposta de imediato. Pesquise, investigue, procure confirmar a veracidade da mensagem, da informação recebida. Desconfie sempre. Desconfie por princípio.

Outra dica é ficar atento às transações financeiras e fazer um boletim de ocorrência, caso observe uma movimentação suspeita, citando – e isso é fundamental – o megavazamento ocorrido no dia 19 de janeiro de 2021. 

Atualizações

3.2.2021 – Cuidado com as checagens da internet

Já há na internet alguns sites se oferecendo para checar se os dados do usuário vazaram. Primeiro, não é “se” vazaram; é vazaram, com certeza. É só conferir os números do desastre no post acima. Segundo, esses sites, segundo especialistas, apresentam extrema “vulnerabilidade” e, por isso, podem ser mais facilmente invadidos, deixando seus dados expostos de novo, só que, desta vez, com maior chance de serem usados de forma criminosa, uma vez que ficariam disponíveis gratuitamente. No caso do megavazamento, os dados estão sendo vendidos na internet.

Fontes: O Estado de São Paulo / Folha de São Paulo / OAB / PSafe

Indagação essencial…

Cada um em seu casulo

Pandemia - Casulo 5

Quantos virarão borboleta?

PREOCUPAÇÕES DO HOJE

ESPERANÇAS DO AMANHÃ

Paradoxos divertidos…

Paradoxos são aquelas afirmações que trazem uma contradição em si. Podem ser muito instigantes ou apenas divertidos. Confira a seguir.

Filosofando sobre o vir a ser:

O futuro nos pega de surpresa!

Paradoxo Futuro

“Tirando o time” com certa elegância:

Me inclua fora disso.

Paradoxo Incluir

Desconversando na conversa:

Nem sim, nem não,

muito pelo contrário!

Paradoxo Contrário Horas

Avisando os seguidores, antes da selfie:

Meu melhor perfil é o de frente.

Paradoxo Perfil

 

 
 

 

Paradoxo = aparente falta de nexo ou de lógica; contradição ter um romance platônico numa época de amor livre é um tremendo paradoxo›. (Houaiss)

Paradoxo = Opinião ou proposição contrária ao senso comum; contrassenso, disparate. (Michaelis)

Firmeza

Não é que tenha sido corajosa

frente às dificuldades,

apenas não desisti.

Construção 4

 

Contra a intimidação…

Poder

Para se contrapor às “carteiradas”, discriminações e outras formas de intimidação tão em moda no momento, e desde sempre, o importante é cultivar, preservar, manter, usar a:

DIGNIDADE

que significa, em linhas gerais:

Consciência do seu próprio valor e do valor de suas ações;

Respeito aos próprios sentimentos;

Amor-próprio.

Flor na calçada 2

O último baile da Ilha Fiscal

Como se viu na cerimônia de posse do novo ministro da saúde, em Brasília, quem está no poder muitas vezes não tem noção de ridículo

Estamos em meio a uma assustadora e brutal pandemia, que tem deixado um rastro de morte no ar e levado muitos sistemas de saúde em todo o mundo ao colapso. O pior é que ainda sabemos pouco sobre este cataclismo que se abateu sobre nós; por isso, enquanto em todos os cantos do planeta desenvolve-se uma busca frenética por mais conhecimento e soluções, a orientação que prevalece no momento é prevenir a escalada da doença com medidas de distanciamento social.

No entanto, em Brasília – nunca é demais repetir: em meio a uma assustadora e brutal pandemia, contra a qual a única contenção conhecida até o momento é o distanciamento social –, demite-se o ministro da saúde por razões que desafiam a própria razão, como, por exemplo, cumprir muito bem seu papel de coordenar o planejamento e a execução das defesas possíveis no combate ao inimigo invisível.

Como se não fosse suficiente, faz-se um cerimônia de posse – em meio a uma pandemia, não esqueçamos – para o novo ministro, com direito a não utilização de máscara, aglomerações, conversas “ao pé do ouvido”, cumprimentos efusivos e reiterados, discursos vazios, mas cheios de perdigotos lançados sobre a plateia. Estamos em meio a uma pandemia, esqueceram?

Eu, que saí (a única saída desta semana) ainda agora para as compras no supermercado toda paramentada, de máscara e luvas, mantendo distâncias adequadas no trajeto e no local; usando álcool em gel tanto na ida, para pegar o carrinho e fazer o pagamento (antes e depois), quanto na volta, para limpar mantimentos, maçanetas e chave da porta; deixando os sapatos do lado de fora; ficando nua (ou quase) na lavanderia, para deixar a roupa usada tomando um ar, e lavando as mãos com água e sabão entre uma tarefa e outra, fiquei perplexa.

Lembrei daquele episódio de nossa história, em 9 de novembro de 1889, quando o imperador dom Pedro II promoveu um suntuoso baile na Ilha Fiscal, Rio de Janeiro, a então capital imperial, por variadas razões oficiais, mas com o intuito de provar, de acordo com historiadores, que a monarquia estava mais forte do que nunca. Seis dias depois, no entanto, com a proclamação da República, o Império do Brasil chegava ao fim.

O ponto comum entre os dois fatos reside na ilusão, no que se quer acreditar, apesar de a realidade mostrar o contrário. No século XIX, o imperador e seu entorno não perceberam que a monarquia não mais se sustentava e deram uma festa para mostrar que tudo estava bem. No século XXI, o presidente e seu entorno não percebem que o mundo, conforme o conhecemos, está soçobrando e continuam pensando em manter tudo como estava, como se isso fosse possível. Seria ridículo, não fosse tão trágico!

Crônicas do Confinamento: Confinados e livres

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São Paulo, 13 de abril de 2020

Por Jorge Jubrail

Confinados e livres

De repente, todos confinados. Uma ironia porque, presos em nossas casas, estamos tendo a possibilidade de nos libertar, de repensar nossas vidas para quebrar velhos paradigmas, criados há décadas, talvez séculos, que regram nosso pensar e nossas atitudes, conforme as necessidades dos sistemas criados por nós mesmos.

Confinados, estamos podendo nos reconhecer e abandonar a personificação em que muitas vezes nos transformamos para sermos aceitos na escola, no trabalho ou em qualquer círculo social que exija algum padrão de comportamento. Estamos tendo a oportunidade de buscar no nosso íntimo a consciência de indivíduo ímpar e de reacender a centelha divina que nos une aos demais irmãos e ao Universo.

Definitivamente, estamos saindo da autoestrada criada pelo sistema e pegando uma rota alternativa só nossa, em que poderemos apreciar as flores, ouvir o canto dos pássaros e sentir toda a energia do Universo. Claro que estamos vivendo sob o medo de um vírus invisível e muito real, mas precisamos ter coragem para enfrentar o problema, sem pânico. Coragem não é a ausência do medo, é o controle dele, é dominar o que tememos para seguir a vida de forma natural, ainda que em tempos de adversidades.

Nada será como antes. Doravante, mais conscientes do que somos e de nossa missão, seremos mais fraternos e solidários; estamos aqui para isso, não apenas para acumular posses e poder. Estamos de passagem na Terra para aprender e trocar experiências. Ainda que distantes, aproveitemos a oportunidade para nos aproximar das pessoas queridas, seja pelas redes sociais, telefonemas, mensagens eletrônicas e sinal de fumaça; façamos a nossa parte.

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Crônicas do Confinamento: Agora, já são 16 dias…

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Maringá, 4 de abril de 2020

Por Cris Schneider

Agora, já são 16 dias…

Os dias de isolamento social têm ficado mais demorados e as atividades, perdido seu poder de distrair. O emocional das pessoas, e me incluo entre elas, tem demonstrado níveis de tolerância muito baixos e as orientações de isolamento já não são mais respeitadas como no início.

A mídia segue informando; as fake news seguem aterrorizando. As notícias políticas e econômicas só nos trazem mais espanto e preocupação. E em meio a esse turbilhão, vi pessoas alheias a tudo, olhando apenas para um aspecto – o retorno ao trabalho.

Parece que a volta ao trabalho está se tornando a salvação. Vejo a dificuldade das pessoas na convivência consigo mesmas; a dificuldade de passar dias inteiros com a família e, neste início de abril, a dificuldade de enfrentar as contas, que vêm chegando com sua pressão de rolo compressor.

Entendo a necessidade do retorno ao trabalho, mas questiono as razões. Será que nos demos conta de que nada será como antes? E a causa do aumento dos conflitos é o isolamento ou a falta de estrutura emocional das pessoas? As pessoas se preparam para lidar com crises, qualquer tipo de crise? É mais fácil negar do que enfrentar a realidade?

Quantas perguntas ainda sem resposta. Consolo-me porque sei que é só um período e vai passar. Melhor em casa do que num leito de hospital. Melhor em casa com contas atrasadas do que perder a vida para a impaciência, para a ausência de autocontrole e para a falta de inteligência emocional.

Entendo e tenho a necessidade de sair; fiz caminhadas para pegar sol; fui ao mercado; senti falta de conversar com as pessoas, de sentir o calor delas e não apenas de ficar aflita porque o sinal de internet está travando ou não.

Me pego olhando pela janela e pensando: será que quando saí para o mercado fui contaminada? Será que as frutas, verduras e própolis têm sido suficientes para ajudar minha imunidade? O pensamento vai longe…

Todo este tempo comigo mesma me mostrou que abandonei pelo caminho muitas coisas sobre mim: leituras de romances, bordados (sim, eu já bordei), pessoas e memórias. Me dei conta de que estava presa à loucura da vida e, diante do risco desta vida, meu único compromisso agora é me manter serena, positiva; manter meu bem-estar físico e emocional.

Sobre o isolamento: mais um dia, menos um dia.

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Crônicas do Confinamento: Egoísmo ou companheirismo?

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Rolândia, 4 de abril de 2020

Por Vinícius Furtado

Egoísmo ou companheirismo?

Com a pandemia provocada pelo novo coronavírus aconteceu algo incrível. O mundo parou! Comércio, indústria, escolas e faculdades, tudo parado. Nesse cenário tão estranho e assustador, acreditava que as pessoas, as famílias se uniriam mais. Cada um olharia para o seu interior, reveria suas ações e meditaria sobre como é possível melhorar. Imaginava que surgiria também, naturalmente, a preocupação com o próximo, a empatia.

Contudo, quando fui ao mercado fazer a compra do mês, me deparei com uma situação que não imaginaria na condição atual: pessoas brigando por álcool em gel, sendo que algumas já estavam com sete frascos no carrinho e outras, sem nenhum. A mesma coisa aconteceu quando fui comprar algumas máscaras cirúrgicas e luvas descartáveis.

Quando cheguei em casa, comecei a refletir sobre o que havia acontecido no mercado. Concluí que o povo está em pânico, com medo. Será que essa emoção está sobressaindo em detrimento da razão?

Todos os dias, no entanto, fico sabendo de ações solidárias, como doações aos mais necessitados e ajuda de voluntários…. Isso acaba por reacender minha esperança. Quem sabe, a amizade e o companheirismo possam vencer o egoísmo nesta guerra silenciosa que estamos vivendo e o mundo melhore, afinal!

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Crônicas do Confinamento: Por um instante

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Londrina, 3 de abril de 2020

Por João Augusto Barbosa

Por um instante

Por um instante, as pessoas olham-se no espelho e ficam com medo de si mesmas. Por um instante, todos estão surpresos por ficar ao lado de quem amam. Por um instante, o mundo para e somos obrigados a sair da zona de conforto. Por um instante, percebemos que o que achávamos importante talvez não seja tão importante assim.

Por um instante, estamos presos uns aos outros como se fôssemos grudes. Por um instante, dá uma vontade de abraçar, beijar um amigo, uma amiga, mas é o isolamento que dita as normas. Por um instante, nossa liberdade de ir e vir está confinada ao quarto e sala…

Por um instante, ficamos perplexos com a capacidade de solidariedade do ser humano. Por um instante, estamos na mesma vala, sejamos pobres, ricos, pretos, brancos, felizes ou infelizes, e não sabemos lidar com o silêncio.

Por um instante, olhamos o céu e tudo o que pedimos é que a vida seja preservada. Por um instante, todos os corações dos homens vibram na mesma direção. Por um instante, percebemos quão frágeis e indefesos nós somos.

Por um instante, o planeta respira melhor, a natureza sorri e os animais não são infectados. Por um instante, o amor e a mansidão se fazem presentes em nossos pensamentos. Por um instante, vamos aproveitar para refletir e agradecer pela oportunidade desta existência.

Por um instante, vamos cultivar a amizade desinteresseira, ainda que isso seja custoso para nosso ego. Por um instante, vamos tentar ficar felizes com aquilo que somos e não com aquilo que temos. Por um instante, vamos nos esforçar mais em busca da verdadeira felicidade. Por um instante, como disse há muito tempo uma pessoa muito conhecida, vamos amar o próximo como a nós mesmos!

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