Poema e gravura da designer e artista plástica Denise de Camargo (DD Camargo) que, para meu orgulho e alegria, é também minha filha muito querida.
Onde haverá de estar
Aquele que oculto em trevas
– Ou em luz –
Se atreve a ficar submerso
Escondido
Inalcançável
Em algum lugar do universo
Ao contrário
Inefável
Provavelmente perdido
E indefensável
Ego baldio
Rarefeito
Desencontrado
E vazio
Nessa cama desfeita
– E que não está pronta –
Para recebê-lo
Aonde caminha esse espectro
E por quais ruas etéreas se deixa levar?
Por debaixo da pele?
Na nuca, na retina dos olhos
No pensamento
Encontrará abrigo?
Ou refúgio, quem sabe
Na porta da aurora da morte
Com passagem sem volta
Para o outro eu
Que vencido pelo tempo
Resolva, finalmente, deixar de existir.
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