Ator, comediante, músico, escritor, diretor e produtor, nascido em Londres, na Inglaterra, Charles Chaplin (1889-1977) tornou-se mundialmente conhecido pela criação e interpretação do imortal personagem “Carlitos”, “the tramp”, um ingênuo, elegante e engraçado vagabundo. Artista de muitas habilidades, dirigiu, editou e produziu vários curtas e longas metragens, que se tornaram clássicos do cinema mudo, como “O Garoto”, em 1921, sobre as aventuras de uma criança que acaba ficando sob os cuidados de Carlitos, e “Em Busca do Ouro”, em 1925, que mostra, com ironia e bom humor, as dificuldades encontradas na corrida pelo ouro no Alasca.
Em meio ao avanço dos filmes falados, produziu “Luzes da Cidade”, em 1931, e “Tempos Modernos”, em 1936. Eram ainda filmes mudos, mas que já traziam música sincronizada e efeitos sonoros. Foi seu auge como cineasta. “Luzes da Cidade” relata a paixão de Carlitos por uma florista e sua tentativa de se passar por um milionário para cativá-la. Já “Tempos Modernos” traça uma critica mordaz à industrialização. Chaplin foi ainda mais longe com o filme “O Grande Ditador”, de 1940, em que ironiza Hitler e seus delírios autoritários.
Se no cinema buscava a perfeição, na vida pessoal parecia atrair o caos. Entre inúmeros casos com jovens atrizes que descobria para seus filmes, casou-se quatro vezes. Conheceu sua quarta mulher, Oona, quando estava com 54 anos e ela, filha do teatrólogo irlandês Eugene O’Neill, com 18. Com Oona, teve seis filhos e viveu, mais serenado, até o fim de sua vida.
A vida pessoal de Chaplin foi marcada por escândalos com mulheres e questões políticas. Sua recusa em adotar a cidadania americana e a abordagem social e humanista de seus filmes fizeram políticos conservadores, já nos anos 1930, classificá-lo como simpático ao comunismo e propagador de um sentimento antiamericano.
Embora nunca manifestasse uma posição política qualquer, a não ser seu direito à liberdade de expressão dentro de um país que acreditava ser democrático, Chaplin tornou-se vítima da “cruzada” anticomunista da América dos anos 50. Perseguido pelo Macarthismo, “exilou-se” em 1952 na cidade de Corsier-sur-Vevey, na Suíça.
Chaplin nunca escondeu o ressentimento pela rejeição sofrida no país que tanto amava e no qual havia produzido um legado inesquecível de filmes. Mas em 1972, os Estados Unidos “reconheceram” o erro histórico e “pediram perdão” por intermédio da Academia de Artes e Ciências de Hollywood, que concedeu a Chaplin um Oscar honorário. Naquela noite, o criador do adorável Carlitos, aos 83 anos de idade, recebeu a maior ovação já vista numa cerimônia de entrega do Oscar.
Filmes de Charles Chaplin
Carlitos Casanova, 1914
O Vagabundo, 1915
O Imigrante, 1917
Vida de Cachorro,1918
Carlitos nas Trincheiras, 1918
Idílio No Campo, 1919
O Garoto, 1921
Pastor de Almas, 1923
Casamento de Luxo, 1923
Em busca do Ouro, 1925
O Circo, 1928
Luzes da Cidade, 1931
Tempos Modernos, 1936
O Grande Ditador, 1940
Monsieur Verdoux, 1947
Luzes da Ribalta, 1952
Um Rei em Nova Iorque, 1957
A Condessa de Hong Kong, 1967
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