Pela minha janela
quando a noite acorda
e luzes vívidas espalham-se
em direção à profundidade escura
do horizonte
tenho a cidade a meus pés
tudo muda
quando o dia amanhece e
pela minha janela
fico à mercê da cidade
com sua claridade cambiante
de cores típicas
que nunca são as mesmas
vez ou outra a amplitude do céu
serena imutável
altera-se
por conta de elementos dissonantes
nuvens chuva raios bruma
pássaros em voo tão próximo
aviões de carreira
que sulcam trilhas retilíneas
metálicamente brilhantes
pela minha janela
aprecio os tons esmaecidos
do poente
o nascente vibrante
um quadro mutante
uma obra aberta
uma pintura sempre renovada
uma sinfonia
que enche minha casa
de intangível beleza
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