Uivava muito e sofridamente de dia e de noite, lua nova ou cheia.
Se fosse no campo ou se ele fosse lobo, vá lá, mas era um cachorro branco, raça indefinida, espadaúdo e urbano, uivando e tirando do sério os vizinhos das casas e dos prédios do entorno.
De tudo um pouco os donos tentaram: remédio, veterinário, reza brava, aconchego, brinquedo de bola, corrida, cala a boca, chamego, nada resolvia e o cachorro uivava triste, coração partido, tirando o sossego de quem ouvia, enchendo os dias de melancolia.
Então, tiveram uma ideia ou será que veio de alguém um conselho?
Um belo dia, ouviu-se o dono bravo com o cachorro: Fica quieto! Sentado! Sossega! E o cão, inquieto, rosnava e não sossegava. O que estava acontecendo?
O que se sabe é que, a partir daí, ele nunca mais uivou; só brincava, serelepe. Até se podia dizer que estava alegre, pois latia muito e alto. A razão disso tudo é que ao lado dele, agora, corria e muito sapeca se mostrava mais um vira-lata, só que preto, porte miúdo, em tudo diferente do outro, mas solidário na jornada.
Enfim, um amigo, um companheiro, a solução encontrada!
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