Para começar a conquistar desenvoltura na expressão por escrito, convém observar mais de perto este nosso objeto do desejo: o texto. Com esse propósito, nada melhor do que relaxar e brincar um pouco com as ideias. Que tal comparar o texto a um bombom?
Tal qual um bombom, um texto (qualquer um) tem forma e conteúdo. No bombom, pode-se dizer que a forma corresponde à sua aparência ou, mais precisamente, à embalagem, enquanto o conteúdo fica por conta do recheio, do bombom em si.
No texto, a “forma” também equivale à aparência. Quanto mais atraente, chamativa, bem feita, correta, apresentável etc. for a forma de um texto, mais chance terá de ser lido. Já o conteúdo – o bombom em si – é a parte mais substanciosa do texto, pois traz a mensagem do autor, o que ele quer dizer aos seus leitores.
Assim, se a FORMA de um texto equivale à embalagem de um bombom, ela necessariamente deve ter:
Lógica – o texto deve apresentar um começo, um meio e um fim facilmente identificáveis e compreensíveis.
Vocabulário adequado – o texto deve contar com palavras que expressem nossas ideias com a maior adequação e precisão possível.
Correção gramatical – o texto deve mostrar o cuidado que tomamos para escrever corretamente, tanto no nível da grafia e acentuação das palavras, quanto no da construção de frases.
Pontuação apropriada – o texto precisa indicar, por escrito, a gesticulação, a ênfase e as pausas da respiração que utilizaríamos se estivéssemos conversando.
Apresentação – o texto deve ter uma estética, um “formato” que se revele o mais apropriado para acomodar / embalar / enquadrar determinado conteúdo. (Exemplo? O “formato” didático que escolhi para apresentar este texto.)
Se o CONTEÚDO equivale à mensagem do autor, à essência do texto, ele necessariamente deve ter:
Consistência – um texto consistente explora em profundidade o assunto que é a essência da mensagem, apresentando informações completas e confiáveis e argumentos bem desenvolvidos e convincentes.
Coerência – um texto coerente traz as ideias harmoniosamente encadeadas, de maneira a traçar uma linha de raciocínio objetiva e de fácil acompanhamento pelo leitor.
Fluência – um texto consistente e coerente “flui” agradavelmente, envolvendo o leitor e fazendo-o refletir a respeito do que está escrito.
Diferentemente do bombom (pensando num bombom dentro de uma embalagem), contudo, não podemos separar a forma do conteúdo em um texto. Ambos estão intrinsecamente ligados: a forma serve à mensagem, assim como a mensagem preenche adequadamente a forma.
Entender a anatomia de um texto é o primeiro passo em direção à conquista de uma maior desenvoltura para escrever.
Sugestão para aproveitar melhor essa parte da viagem: analise alguns textos (prosa e poesia) sob o ponto de vista da forma e do conteúdo.
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Comentários em: "Forma & Conteúdo: a anatomia de um texto" (4)
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