Palavras soltas, sem um contexto que as ampare, são extremamente ambíguas, possibilitando inúmeras interpretações.
Exercitar-se com palavras soltas estimula a imaginação, permite que se vá longe em termos de associação de ideias, de emoções e de reflexões, o que resulta em inspiração para escrever, conversar e formar opinião, respeitando e fortalecendo a percepção pessoal sobre as coisas.
Vamos “viajar” com palavras soltas?
Vou “embarcar” em FRESCOR:
Frescor me lembra o orvalho da manhã; um cheiro bom de terra molhada; a chuva mansa que me surpreende ao voltar para casa em um dia quente; o gosto do sorvete; o cubo de gelo derretendo em cima da pia; a paisagem branca de neve vista na fotografia…
Essa associação de ideias leva-me a refletir que, tal como o frescor, os fatos aparentemente insignificantes do cotidiano (um sorriso, uma flor intensamente colorida em meio ao cinza da cidade, a pipoca no cinema…) podem me propiciar uma sensação agradável, um prazer intensamente vivido, um momento feliz.
Essa “viagem” me enche de inspiração e, assim, escrevo:
O gelo sobre a pia
derrete enfim
pois nada dura eternamente.
Posso vê-lo se diluindo
tomando outros rumos
mudando e se mantendo
seguindo outro destino
o da água que escorre
e vai para o rio
e se integra às nuvens
e cai como chuva
e vira água encanada
e, quem sabe, de novo gelo.
O permanente
diz a filosofia oriental
é a impermanência.
Sugestões para a sua “viagem”:
ESPAÇO
SUTIL
VERTIGEM
SUAVE
FULGOR
SONHO
MERGULHO
AFAGO
CANTIGA
SUSPIRO
INFINITO
Deixe um comentário